domingo, 30 de março de 2014

AEE – PS – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO DO ALUNO COM SURDEZ

AEE – PS – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO DO ALUNO COM SURDEZ

As pessoas com surdez enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas.  Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, linguístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem.

É dessa forma que família, sociedade e escola precisa enxergar a pessoa com surdez como seres capazes de desenvolver suas potencialidades dentro e fora do ambiente de aprendizagem, conforme lembra Damázio e Ferreira (2009, p. 08), pensar e construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento e potencialidades das pessoas com surdez é fazer com que esta instituição esteja preparada para compreender essa pessoa em suas potencialidades, singularidades e diferenças e em seus contextos de vida.


Damázio e Ferreira (2009) consideram como principal causa para o sucesso ou fracasso escolar do aluno com surdez a adoção de uma ou outra língua. O trabalho pedagógico na escola comum deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngue.


A criança adquire a linguagem na interação com as pessoas à sua volta, ouvindo e/ou vendo a língua ou as línguas que estão sendo usadas. (QUADROS p.15,2011). Assim escola é o espaço onde devem ser criadas diferentes estratégias de aprendizagem que supram não somente as necessidades dos alunos surdos, mas também que contribua na melhoria da aprendizagem de seus pares. O AEE em parceria com o professor da sala regular bem estruturado propicia uma organização didática que contribuirá para a compreensão dos conceitos referentes aos conteúdos curriculares, levando o aluno com surdez a estabelecer relações e ampliar seu conhecimento acerca dos temas desenvolvidos em língua portuguesa e em libras.

Nos últimos séculos tem-se discutido a forma correta de se educar as pessoas com surdez, se por meio da oralidade, se através do gestual. Contudo, tem se percebido que o problema do fracasso escolar da pessoa com surdez não está centrado na língua em que ela deve aprender, mas na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas.


            Pensar e construir uma prática pedagógica que assuma a abordagem bilíngue e se volte para as potencialidades das pessoas com surdez na escola, é fazer com que esta instituição esteja preparada para compreender cada pessoa em suas potencialidades, singularidade e diferenças em seus contextos de vida.


Aprender a se comunicar através da Língua de Sinais e da Língua portuguesa escrita, torna a pessoa com surdez um ser capaz de interagir no meio social e educacional de forma espontânea e participativa. No entanto, para que isso aconteça de fato é necessário que a escola esteja apta a romper com a exclusão e aceitar que todos são seres dotados de potencialidades e que podem evoluir dentro das suas capacidades.


                 Uma das possibilidades para que essa educação aconteça de fato é a implantação na escola comum do Atendimento Educacional Especializado. Dessa forma, o AEE para a pessoa com surdez, na perspectiva da inclusão, deve estar pautado nas potencialidades que essa pessoa apresenta, considerando o que se espera dela no que diz respeito a seu desenvolvimento e aprendizagem. Assim, o AEE para a pessoa com surdez apresenta as seguintes características: AEE em Libras, que ocorre no horário contrário às aulas, espaço rico em imagens visuais e de todos os tipos de referências que possam colaborar com o aprendizado dos conteúdos curriculares. AEE para o ensino de Língua Portuguesa: que deve levar em conta uma proposta pedagógica que envolva o ato de ler, escrever e de compreender o uso da gramática. A pessoa com surdez deve compreender que os sujeitos históricos que vivem em um mundo letrado têm necessidades de ler e escrever em práticas sociais instrumentalizadas por esses atos. AEE para ensino de LIBRAS: constitui um momento didático-pedagógico para os alunos com surdez incluídos na escola comum, deve ser realizado pelo instrutor de Libras com base no conhecimento que o aluno tem a respeito da língua de sinais. Os professores do AEE devem ter o conhecimento da Língua de Sinais e serem qualificados para realizar esse atendimento, bem como devem fazer permanentemente avaliações para a verificação da aprendizagem dos alunos em relação a Libras.


Referências:


DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.


Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção, p.46-57.




Quadros, Ronice Muller de. Língua de sinais: Instrumentos de Avaliação/ Ronice Müller de Quadros, Carina Rebello Cruz.-Porto Alegre: Artmed,2011.


                                




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